Atual vacina da gripe protege contra H3N2 A variante H3N2 Darwin é responsável pelo surto de gripe que atinge várias partes do país.
Informação
Publicado em 10/01/2022

O Instituto Butantan, fabri­cante da vacina contra a gripe utilizada no Programa Nacio­nal de Imunização (PNI) no país, informou nesta quinta­-feira, 6 de janeiro, que testes de laboratório realizados pelo instituto mostram que o imu­nizante é capaz de conferir proteção contra infecção pelo vírus influenza H3N2 (Da­rwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição.

A variante H3N2 Darwin é responsável pelo surto de gripe que atinge várias partes do país. Segundo o diretor de produção do Instituto Butan­tan, Ricardo Oliveira, a vacina atual, trivalente, feita contra os vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, protege contra a H3N2 Darwin de forma cru­zada, ou seja, neutraliza essa variante em razão de ter em sua composição a proteção contra a cepa H3N2 original, “parecida” com a Darwin.

“Você tem um grau muito próximo de parentesco com a sua mãe, mas você é diferente dela. As cepas da influenza são parentes, têm mudanças na es­trutura viral, nos aminoácidos, mas têm partes do vírus que são as mesmas e ela confere essa proteção mesmo com a atualização do vírus”, disse.

Oliveira ressalva, no en­tanto, que a atual vacina pro­duz uma proteção menor do que um imunizante fabrica­do especificamente contra a cepa H3N2 Darwin. “A vaci­na que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a va­cina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de quali­dade, nas reações in vitro”.

Nova vacina
A nova versão da vacina da influenza, que será distribuída em 2022 pelo PNI do Ministé­rio da Saúde, é trivalente, com­posta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butan­tan em suas fábricas. O envase está previsto para a primeira semana de fevereiro.

O Instituto Butantan pro­duz atualmente 80 milhões de doses da vacina contra in­fluenza anualmente oferecidas na campanha nacional de vaci­nação contra a gripe. O imuni­zante é modificado a cada ano baseado nos três subtipos do vírus influenza que mais circu­laram no ano anterior no he­misfério Norte, monitorados e indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, a Se­cretaria Municipal de Saúde anunciou a reativação do Polo Covid-19. A tenda montada na Unidade de Pronto Atendi­mento Doutor Luis Atílio Losi Viana (UPA Leste, avenida Treze de Maio nº 353, Jardim Paulista) vai analisar casos sus­peitos de coronavírus e síndro­me gripal. Ressalta ainda que reforçou a escala de médicos clínicos em todos os postos que atendem casos de urgência e emergência

As unidades de saúde que atendem casos de urgência e emergência em Ribeirão Preto registraram aumento de 56% nos atendimentos entre do­mingo (2) e segunda-feira, 3 de janeiro, em comparação com a média constatada nas duas se­manas anteriores.

Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde. A pasta informa ainda que, em dois dias, nas especialidades de pe­diatria e clínica médica, foram efetuados 5.741 atendimentos. A média diária de atendimento nas últimas 48 horas ultrapassa 2.800 nos postos da cidade.

De acordo com a adminis­tração municipal, as unidades de pronto-atendimento apre­sentam um aumento no fluxo de pacientes desde a semana passada, devido ao elevado número de casos de síndrome gripal. O movimento também cresceu em Sertãozinho, Cra­vinhos, Jaboticabal, Arara­quara e até em Serrana, onde toda a população foi imuniza­da contra a covid-19 em 2021

Segundo os usuários, a de­mora no atendimento chega a cinco horas. Em 29 de de­zembro, a Secretaria de Saúde havia informado que a cidade já tem setes casos e transmis­são comunitária da variante Ômicron, além de seis casos e circulação do vírus H3N2 da gripe influenza.

Segundo o Boletim Epi­demiológico divulgado em 2 de dezembro e com dados até 30 de novembro, a cidade re­gistrou um caso e uma morte pelo vírus influenza B no ano passado. Não houve ocorrên­cias de influenza A não subti­pado, H1N1 e H3N2. Em 2020 foram doze casos e quatro óbi­tos, contra 62 ocorrências e 13 mortes em 2019.

No período anterior (2018), Ribeirão Preto registrou 104 in­fecções e 23 vítimas fatais. Entre 2015 e este ano foram 317 ca­sos e 60 mortes na cidade. Em 2020, a cidade registrou 3.172 casos de Síndrome Respirató­ria Aguda Grave (Srag) atri­buídas ao vírus influenza e 970 óbitos. Neste ano já são 5.981 ocorrências e 2.042 mortes.

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